Faz as malas. Vamos viajar!

19-11-2017

Por: Sónia Machado

Este foi o tema desenvolvido no Atelier dos Descobridoresno dia 18 de Novembro de 2017, e a pergunta a que queríamos responder era a seguinte: Como escolhemos o que guardamos connosco?

Para responder a esta pergunta, primeiro, o grupo iniciou uma dinâmica que  levou as crianças a decidirem individualmente o que guardar. Então, partindo numa viagem marítima imaginária, com data de regresso indeterminada, cada criança escolheu as coisas que levaria consigo, dentro da sua mala de viagem. A viagem seria longa mas na mala de cada uma cabia apenas um número limitado de coisas; no entanto não importava o tamanho dessas coisas, nem o seu peso, nem o seu valor, cada criança poderia escolher levar consigo o que quisesse. Eis algumas das coisas que elas colocaram na sua mala de viagem:

- Papel; uma boneca que a minha avó me deu; telemóvel; um colete salva-vidas; lápis; comida; livros; amor; relógio; peluche; álbum de fotografias; roupa; dinheiro; espelho; paz; fones. ( R. 13 anos, H. 9 anos, M. 13 anos, I. 10 anos)

Prosseguimos para a discussão de grupo e, neste momento constatámos que há dois tipos de coisas que podemos e que queremos transportar connosco: as Coisas Materiais (papel) e as Coisas Imateriais (amor). Aqui, a nossa investigação levou-nos a refletir sobre como efetuamos as nossas escolhas, e percebemos que as  fazemos em grande parte de acordo com o valor que as coisas nos trazem, e com o objetivo que  nós pretendemos alcançar. Concluímos que há o Valor Material e o Valor Sentimental, e lançou-se a hipótese de que as memórias são muito importantes para nos sentirmos melhor. Por isso, não é de estranhar que, até ao fim da viagem e depois de terem deitado ao mar quase todas as coisas, as crianças tenham escolhido preservar o amor, a comida, um peluche e o dinheiro. No final, o valor sentimental foi o critério que obteve mais votos, entre os critérios utilizados no processo de escolha, e as crianças justificaram a sua votação com base na dificuldade que sentiram em desfazer-se das coisas que tinham um valor sentimental para si. Contudo, algumas das crianças continuaram a argumentar que, além do valor sentimental, e talvez até antes desse, devemos preocupar-nos com o Valor da Preservação da Vida.

Concluindo, na nossa viagem metafórica

- nós precisamos de amor e comida e memórias para nos sentirmos melhores, mas se estivermos com alguém que conhecemos sentimo-nos em casa. (Inês, 10 anos)

As crianças não quiseram terminar o encontro sem antes lançarem ideias para os próximos Ateliers, nomeadamente: a amizade, a internet, o bullying.